quarta-feira, 13 de maio de 2015

Síndrome do Ninho Vazio


A Síndrome do Ninho Vazio refere-se ao período de mudanças na vida dos pais, após a saída do filho de casa para morar sozinho, casar, trabalhar ou estudar em outro estado ou país. É um assunto pouco abordado, porém merece atenção dos especialistas já que diversos fatores influenciam no aparecimento, intensidade e duração da síndrome como, aspectos sociais, físicos, culturais, individuais e econômicos estão entre os principais diagnósticos.

Em muitos casos, o período da síndrome ocorre paralelamente a momentos de mudanças e crises, como menopausa, envelhecimento e aposentadoria, o que pode agravar os sentimentos de baixa autoestima e humor deprimido. Casais que viveram 20, 30 anos ou mais com seus filhos, se veêm sozinhos novamente e não sabem mais como organizar sua rotina e o sentimento de “vazio físico” estende-se para um “vazio corporal e psíquico”.

Percebe-se que em casos onde os pais vivem em função dos filhos e dão pouca importância a suas próprias necessidades, formam sua identidade apenas em torno de um papel social: o parental, com isso a síndrome apresenta maior gravidade. Nestes casos, em que o papel parental é o único que preenche e dá sentido a vida, sua identidade se perde e a sensação de ninho vazio toma conta de sua personalidade.

A sociedade como um todo está carente de rituais que apoiem e ofereça sustento psicológico nesta fase, o que torna essa transição mais difícil. Atualmente, não há espaço para falarmos sobre essa passagem, os vínculos familiares são muito fortes e precisam se preparar para este tipo de separação. A mudança é sentida como distanciamento e fragilização dos laços parentais, porém deve ser encarada como uma fase de amadurecimento para todos os envolvidos. Para os casais que não conseguem enfrentar essa situação é necessário auxílio e apoio psicológico.

Apesar de muitos estudos apontarem as mulheres como grandes prejudicadas pela síndrome, devido ao seu papel maternal e por demonstrarem suas emoções mais facilmente, hoje em dia é comum discutir casos que envolvem homens. Percebe-se que nos pais a acomodação prevalece, eles expõem as emoções com mais dificuldade e podem, até mesmo, apresentar disfunções comportamentais, que geram conflitos entre o casal. As mulheres, embora tristes, mostram melhora na qualidade de vida e investem mais em si mesmas.

Um bom diálogo entre o casal sobre as expectativas, medos, receios, saudades e desejos de cada um é muito importante, pois faz com que esse processo aconteça de forma mais natural e sem sofrimento. Só assim, daremos conta de que o ninho nunca estará realmente vazio, mas sempre disponível para quem precisa de calor e proteção.

Por: Luciana Romano e Raquel Benazzi

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