terça-feira, 26 de maio de 2015

Tentantes: Saúde emocional X gravidez


 O acompanhamento psicológico auxilia os futuros pais a lidar com a expectativa da chegada de um novo membro na família

Decidir ter um bebê e, por algum motivo, isso não acontecer, gera medos e inseguranças que podem transformar a vida do casal. A crise instala-se a partir do rompimento das expectativas e da frustração, se intensifica na medida em que novas frustrações acontecem, principalmente, pelo ponto de vista social (familiares e amigos), financeiro, emocional e físico que os envolve.

Luciana Romano, idealizadora do projeto Núcleo Corujas, afirma que essa fase desperta uma verdadeira confusão de sentimentos. “É comum observarmos casais que sofrem de angústia, frustração, ansiedade, sensação de fracasso, sentimento de menos valia e impotência, humor deprimido, revolta com o destino e com a fé entre outros, nesses casos o auxílio psicológico é essencial”, explica.

Além das emoções a flor da pele, a intimidade fica enfraquecida e o sexo torna-se mecânico, sem espontaneidade. O foco constante nesta temática prejudica a convivência e a relação do casal. É comum observar que um dos dois, tenha dificuldade em expressar suas decepções, cansaços ou que gostaria de adiar as tentativas.

É necessário o equilíbrio entre a saúde física e emocional para que as possibilidades de gravidez aumentem. A neurociência elucidou a inter-relação entre sistemas nervoso (mente), endócrino e imune. Dependendo das emoções apresentadas e vivenciadas, há alteração na liberação dos hormônios sexuais (estrógeno e progesterona), do cortisol e adrenalina (estresse, ansiedade, expectativa negativa, mau humor), o que justifica a influência do emocional na dificuldade em engravidar.

Graças ao avanço da medicina, é possível encontrar diferentes tratamentos para infertilidade, mas eles costumam ter alto custo e prazos muito longos o que provoca, além da mudança nos investimentos, um nível alto de desgaste físico e emocional. “O processo é desgastante, cansativo e invasivo. O nível de estresse sentido pelo corpo é alto e isso influência diretamente no sistema endocrinológico, imunológico e nervoso da mulher”, explica Luciana.

O primeiro passo é a aceitação, assumir que o casal possui dificuldade para engravidar e procurar ajuda, conscientizando-se do problema. A procura pelo tratamento deve ser de comum acordo do casal e não somente de uma das partes. Após esta decisão em conjunto, o casal deve buscar um médico que lhe transmita confiança e inicie a investigação.

Raquel  Benazzi, idealizadora do projeto Núcleo Corujas, acrescenta que o diálogo entre o casal é fundamental “Conversem muito entre si e com outros casais que também passaram ou que passam pela mesma situação. Não esqueçam da relação conjugal, intimidade e do diálogo que são tão necessários  para o desenvolvimento de uma família. Procurem ajuda se necessário e não se sintam mal por isso, percebam suas necessidades”.

Sobre o Núcleo Corujas

O Núcleo Corujas oferece diversos serviços especializados, grupos terapêuticos, palestras como: a chegada do irmão; retorno ao trabalho pós licença-maternidade; cuidados básicos com o bebê; cursos para avós e babás; gestação de alto risco; Shantala; banho de ofurô; entre outros.

Sobre os grupos Terapêuticos

O Núcleo Maternagem é espaço de aprendizagem e apoio para que futuras mamães possam expor ansiedades e angústias desta fase. O grupo realiza oito encontros com temas direcionados para cada fase da gestação.

E para a terceira idade, a quebra de tabus e resistências impostos pela sociedade são os principais temas conduzidos pela equipe especializada. Os encontros [também são divididos em oito fases com teoria e atividades práticas. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Síndrome do Ninho Vazio


A Síndrome do Ninho Vazio refere-se ao período de mudanças na vida dos pais, após a saída do filho de casa para morar sozinho, casar, trabalhar ou estudar em outro estado ou país. É um assunto pouco abordado, porém merece atenção dos especialistas já que diversos fatores influenciam no aparecimento, intensidade e duração da síndrome como, aspectos sociais, físicos, culturais, individuais e econômicos estão entre os principais diagnósticos.

Em muitos casos, o período da síndrome ocorre paralelamente a momentos de mudanças e crises, como menopausa, envelhecimento e aposentadoria, o que pode agravar os sentimentos de baixa autoestima e humor deprimido. Casais que viveram 20, 30 anos ou mais com seus filhos, se veêm sozinhos novamente e não sabem mais como organizar sua rotina e o sentimento de “vazio físico” estende-se para um “vazio corporal e psíquico”.

Percebe-se que em casos onde os pais vivem em função dos filhos e dão pouca importância a suas próprias necessidades, formam sua identidade apenas em torno de um papel social: o parental, com isso a síndrome apresenta maior gravidade. Nestes casos, em que o papel parental é o único que preenche e dá sentido a vida, sua identidade se perde e a sensação de ninho vazio toma conta de sua personalidade.

A sociedade como um todo está carente de rituais que apoiem e ofereça sustento psicológico nesta fase, o que torna essa transição mais difícil. Atualmente, não há espaço para falarmos sobre essa passagem, os vínculos familiares são muito fortes e precisam se preparar para este tipo de separação. A mudança é sentida como distanciamento e fragilização dos laços parentais, porém deve ser encarada como uma fase de amadurecimento para todos os envolvidos. Para os casais que não conseguem enfrentar essa situação é necessário auxílio e apoio psicológico.

Apesar de muitos estudos apontarem as mulheres como grandes prejudicadas pela síndrome, devido ao seu papel maternal e por demonstrarem suas emoções mais facilmente, hoje em dia é comum discutir casos que envolvem homens. Percebe-se que nos pais a acomodação prevalece, eles expõem as emoções com mais dificuldade e podem, até mesmo, apresentar disfunções comportamentais, que geram conflitos entre o casal. As mulheres, embora tristes, mostram melhora na qualidade de vida e investem mais em si mesmas.

Um bom diálogo entre o casal sobre as expectativas, medos, receios, saudades e desejos de cada um é muito importante, pois faz com que esse processo aconteça de forma mais natural e sem sofrimento. Só assim, daremos conta de que o ninho nunca estará realmente vazio, mas sempre disponível para quem precisa de calor e proteção.

Por: Luciana Romano e Raquel Benazzi

terça-feira, 5 de maio de 2015

Conheça algumas técnicas de relaxamento especiais para mamães e bebês




Shantala, Musicoterapia e Ôfuro relaxam e proporcionam interação entre os pais e a criança

Os laços afetivos são construídos desde o período de gestação entre mãe e bebê. Após o nascimento ele se fortalece com o toque, contato e carinho transmitido através de inúmeras maneiras. Algumas técnicas podem ser usadas como excelente artifício para fortalecer esse vínculo e comunicar o amor aos pequenos.

Shantala
A massagem originária da Índia proporciona ao bebê o relaxamento em toda musculatura, ele dorme melhor e alcança a sensação de bem-estar. A técnica auxilia também no sistema imunológico, respiratório, desenvolvimento neuropsicomotor, alívio de cólicas, gases e prisão de ventre.

Para a psicóloga Raquel Benazzi, idealizadora do projeto Núcleo Corujas, essa atividade ajuda a mamãe a ter mais interação com o bebê “O toque afetivo, o equilíbrio físico-mental-emocional. Além da criança ter a sensação de ser amada e protegida”, é um momento onde ambos estão totalmente ligados, e deve ser vivenciado com prazer, sem preocupações, acrescenta.

O bebê começa a ter consciência corporal com mais facilidade, afinal com os estímulos é possível ter ideia do seu tamanho, força, flexibilidade, passa a reconhecer onde está, o que é, o espaço que ocupa, como são os pés, mãos, pernas, bracinhos e todas as partes corpo.

“O bebê é um espelho dos pais e irá refletir no seu corpo e em seu comportamento tudo o que sente e percebe. Por isso, não é indicado fazer a Shantala se os pais estiverem agitados, irritadiços, ansiosos, tristes, raivosos ou preocupados”, completa a especialista.

Cuidados Diários
Outras atividades rotineiras com o bebê podem proporcionar momentos de interação e afeto, como o banho. A mãe também pode massagear o filho, conversar, cantar e perceber seus movimentos na água. Na troca de fralda é possível brincar com o bebê, para o momento parecer algo prazeroso, onde existe a troca de olhar e carinho. Na amamentação, a mãe pode cantar músicas suaves, escolher um ambiente quente e silencioso, tocar carinhosamente as partes do corpo ao falar o quanto ele é querido e amado.

A psicóloga Luciana Romano, idealizadora do projeto Núcleo Corujas, afirma que não há regras definidas, é interessante que a mamãe e o papai construam com o bebê a sua própria forma de interação. “Algumas dicas são muito valiosas, os exercícios com água, por exemplo, fazem o bebê lembrar-se do útero materno, e isso proporciona relaxamento e também auxilia no desenvolvimento da criança”, destaca.

Ofurô
O banho de Ofurô (ou banho no balde) oferece uma contenção que remete à experiência intra-uterina e simula a sensação de aconchego da barriga da mamãe. É semelhante ao ambiente em que ele já estava acostumado e numa posição que ele já conhece, deixando-o mais tranquilo, calmo e relaxado.

Este banho pode ser feito desde o nascimento e, geralmente, o bebê tem mais aceitação que o banho tradicional, fica mais tranquilo e chora menos. Nesse momento, a mãe promove apoio ao pequeno que sente seu corpo relaxado e assim, passa sensações positivas e de tranquilidade. O banho pode utilizar ervas, com camomila e calêndula que ajudam no processo e é aconselhável ficar em uma posição confortável e manterem-se um de frente para o outro.

Musicoterapia

Método de terapia de relaxamento que faz o bebê perceber a música desde a gestação, sons que o confortem. “A melodia deve ser calma e o som baixo, como música ambiente. Enquanto escutam, cante pra ele e tenha um momento de interação, carinho, massagem, troca de olhares, é necessário deixar fluir esse momento”, conclui Luciana.