terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Promessas, o que devemos dizer aos pequenos!


Todo início de ano enumeramos desejos e objetivos a seguir ao longo dos próximos meses. Para papais e mamães acrescenta-se à lista, diversos comportamentos relacionados à educação dos pequenos, e é aí que algumas promessas podem não ser cumpridas.

As psicólogas do Grupo Terapêutico Núcleo Corujas, Luciana Romano e Raquel Benazzi, analisam a importância de avaliar o que é dito aos filhos e a melhor maneira de educar, a palavra chave é “paciência”. Confira algumas dicas:

“Gritar ou brigar com a criança”

Os pais precisam compreender que para educar é lidar com as próprias frustrações e raiva, antes de gritar ou bater nos filhos. Cabe aos pais trabalharem sua própria agressividade, nos momentos difíceis, você pode dizer: "Mamãe está brava e muito chateada, preciso sair para tomar um arzinho e depois a gente conversar", ou "Assim não dá para conversar, quando você se acalmar a gente procura entender melhor o que está acontecendo e buscar soluções em conjunto, ok?”.

“Deixar o pequeno de castigo”

O castigo é muito mais uma forma de punição do que de educação. Por isso priorizamos outra forma de abordagem: aquela que trabalha com as consequências. Em vez de colocá-lo de castigo, procure aplicar e mostrar a ele a consequência de sua ação, isto é, fazê-lo vivenciar o resultado que aquela atitude provocou e das escolhas dele. Exemplo: A criança jogou bola na casa, sabendo que não podia e quebrou um vaso da mãe - No lugar de colocá-lo no famoso "cantinho do castigo" e deixá-lo lá, faça o seguinte: 1- Mostre que ficou chateada por ele ter descumprido uma regra que já era conhecida; 2- faça-o, com sua supervisão, limpar a sujeira que causou. 3- você pode dizer que ele precisará pagar parte do vaso com a mesada dele, comprar outro e negociar o valor com a criança.

“Ceder aos caprichos.”

Sempre dizemos aos pais: "Confie pai! Confie mãe!", ou seja, estas situações de educação constrangem os adultos, mas precisam ser enfrentadas com coragem. Não caia na armadilha social e não ceda à pressão, pois você irá passar uma mensagem ambígua a ela e sua palavra pode começar a perder valor, pois mesmo dizendo "não”, promove o "sim". Quando os escândalos começarem, fique na altura da criança (olho no olho), fale com um tom de voz firme e forte que você não está gostando desta atitude dele e que isso, de forma alguma, levará a criança a conseguir o que quer. Caso ela não se acalme, você pode contê-lo (segurar com firmeza sem machucar) e dizer que irão embora do lugar, pois dessa maneira não é possível conversar com ele e nem resolver a situação. No momento em que ele acalmar-se, converse de maneira aberta e coerente, ajudando-o a entender os motivos de agir assim, nomear o sentimento que teve, e as consequências desta atitude.

“Hora da refeição”

Antes de tudo é necessário que a família dê o exemplo daquilo que prega e seja coerente com as regras para não estimular comunicações ambíguas, como por exemplo: um dia exige comer na cozinha e outro, sem explicação, cede e permite que esta regra seja quebrada; isso confunde a criança e gera muitos conflitos familiares. A ideia de que a criança só come se for do jeito dela, com certeza, é porque houve espaço e permissão dos pais para esse comportamento. Se necessário, peça ajuda e orientação de um profissional e lembre-se que isso faz parte do processo de aprendizagem.

“Programação em família”

As crianças estão em fase de aprendizagem, desenvolvimento e construção de identidade, por isso é importante estimular diferentes experiências e conhecimentos. Hoje há diversos programas culturais próprios para a infância, aproveite e programe-se. Se desde o início a família mostrar que isso pode ser divertido, a criança dará continuidade a tal experiência. A família pode criar uma regrinha, escolher e decidir juntos por esse tipo de programa ao longo do mês, assim todos aprendem com essas atividades, além disso, muitas vezes as crianças gostam quando coleguinhas ou outros familiares são incluídos e convidados.

“Hora de Dormir”

Caso a criança vá para quarto dos pais, é necessário acolher e leva-la novamente ao quarto dele, permaneça lá até ele adormecer (se necessário), mostre que está presente. Tente entender e explorar os motivos dele buscar dormir com os pais com uma conversa franca. É muito importante criar as rotinas de sono: banho, pijama, escovar dentes, deixar casa com menos luminosidade e barulho, ler histórias infantil, entre outras ações que você poderá construir com seu próprio filho. Ensine que é importante cada um ter seu cantinho de dormir e que ele precisa ter o espaço dele, assim como os pais.

A educação requer muita paciência, firmeza, amor e força de vontade dos pais, não desistam!