terça-feira, 20 de outubro de 2015

Maternidade madura é cada vez mais comum no Brasil


As mudanças de padrões familiares afetam diretamente o fenômeno do adiamento da maternidade para idades mais avançadas. As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, possuem diversas técnicas de controle de fertilidade e com isso, conseguem decidir o melhor momento para tornar-se mãe.

Nas últimas décadas, foram registradas importantes mudanças socioculturais que influenciaram as características da natalidade, com diminuição progressiva de suas taxas globais e o adiamento da gravidez planejada. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 para cá, a gravidez entre 40 e 44 anos aumentou mais de 17%.

As psicólogas do grupo terapêutico Núcleo Corujas, Luciana Romano e Raquel Benazzi, afirmam que esse é um fenômeno irreversível, e que a maturidade pode ser uma das principais vantagens para a gravidez tardia. “Normalmente, as mães que engravidam nessa idade, escolhem essa fase devido à estabilidade financeira, profissional, conjugal e emocional”, explica Luciana.

As mulheres que têm uma gravidez tardia comumente irão apresentar questionamentos, ansiedades e preocupações como: terei disposição física para cuidar e brincar com meu bebê? Conseguirei ter gestação saudável? Serei mãe muito velha? Como associar minhas medicações à gravidez? Quando falecer meu filho ainda será muito novo? Chegarei a ter netos? Meu bebê será saudável? Nesses casos, a família deve perceber quais são suas dificuldades, limitações e procurar ajuda, caso sintam necessidade, pois isso influenciará diretamente o feto que sente todas as alegrias e tristezas maternas e de seu núcleo familiar.

É comum encontrarmos histórias sobre as implicações da saúde da mãe e do bebê em casos de gravidez tardia, porém os dados da pesquisa apontam que a qualidade da gestação está diretamente ligada ao estado de saúde da mulher e não à sua idade. É fundamental para a mulher que deseja engravidar tardiamente se conscientizar das dificuldades biológicas que enfrentará e, com isso, se preparar para uma vida mais saudável. O mais importante é sentir-se bem e ter disponibilidade de oferecer amor para cuidar e educar.

As especialistas apontam ainda que outro fator interfere e muito na decisão da mulher em optar pela gravidez após os 40 anos, a pressão familiar. “Sofrer pressão da família e sociedade é muito comum, pois historicamente as mulheres tinham filhos muito mais jovens. É preciso refletir a respeito do quanto são influenciadas, positivamente ou negativamente e de que maneira respondem a essas cobranças”, destaca Raquel.

“O casal deve lembrar que a maternidade envolve uma mudança de vida, as preocupações, alegrias, dificuldades e responsabilidades existirão, a decisão de iniciar esta fase, deve ser conjugal”, concluem as especialistas.


O grupo Núcleo Corujas oferece diversos cursos para preparação da maternidade e encontros com rodas de conversa para gestantes de alto risco. Nestes grupos, mães trocam experiências e estratégias diante das dificuldades, percebem semelhanças e recebem o apoio de outras mulheres, das psicólogas e de outros profissionais da saúde convidados, como médicos e nutricionistas. Saiba mais no site: www.nucleocorujas.com.br.

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